A espera da evolução
Dizem os cientistas que era uma questão de instinto de sobrevivência.
Matar um macho que possuía várias fêmeas para constituir uma família era também muito natural.
Exatamente como fazem ainda hoje os leões, que inclusive matam os filhotes do vencido.
Alguns animais usam o mesmo procedimento.
Os cientistas dizem que isso é o instinto de sobrevivência, a força feita para levar á frente sua carga genética.
E nós, éramos animais, no mesmo grau dos leões.
Mas, evoluímos.
Hoje um homem consegue criar o filho de outrem com tanto amor como se fosse seu próprio filho.
Por amor a vida humana, por amor ao ser humano.
Os cientistas podem até dizer, agora, que é um novo instinto, o da preservação do banco genético.
Eu prefiro acreditar, que estamos mais longe da origem animal irracional, que somos mais humanos, dentro daquilo que distingue o animal dito racional, para os demais animais, ditos, irracionais.
Apesar de que, estamos cansados de ver na natureza, animais amamentando e cuidando de bebes de outros animais e até de espécies diferentes.
Supondo que tenhamos evoluído, e todos afirmam isto, porque nos matamos desta maneira?
Afinal, matar alguém é o clímax da irracionalidade.
Nós acabamos de sair de uma sociedade rígida no casamento e adotamos relacionamentos mais racionais, menos patriarcais, derivados daquele sentimento de transferir o banco genético.
Foi um passo na evolução. E acredito que ainda vamos melhorar mais ainda.
Mas porque a causa desta violência toda, ainda?
O maior causador de violência entre os povos, hoje em dia, são os USA.
Os USA, é hoje o agente maior, da violência no mundo atual.
Até dentro do território americano vemos de vez em quando terríveis matanças. Totalmente despropositais.
A matança de jovens americanos por colegas, como em Collunbine e outros locais, já é algo periódico.
A sociedade americana está evoluindo rapidamente para um caminho perigoso.
A segunda guerra levou Hollywood a explorar comercialmente a violência. E já vinha da violência do Far-West, onde já nas telas escorria o sangue dos sioux, apaches e até do último dos moicanos.
Já tínhamos então o ufanismo do genocídio. O genocídio dos moicanos era mostrado como uma vitória do branco, do “americano”, sobre os bárbaros. Era uma glória para o país.
A matança de qualquer índio era um ato, se não glorioso, corriqueiro, sem o menor valor ou significado humano.
Em defesa de tal atitude, vinha o argumento de que os índios atacavam e matavam os brancos sem motivo, escalpelavam, logo eram bárbaros.
Os motivos desta predisposição indígena, são encobertos, não podem aparecer, para não macular a imagem do maravilhoso povo americano.
A invasão dos brancos nas terras dos índios, que as possuíam a pelo menos 13.000 anos antes, e que antes disso eram dos irracionais, não têm o menor valor.
A luta desigual, da espingarda contra o arco e flecha, uma glória para o povo americano.
Combates épicos onde morriam dezenas de milhares de índios, uma glória na construção da grande nação americana.
A violência praticada contra as mulheres indígenas praticadas pelas bestas feras colonizadoras, é natural, porque ninguém levava mulher para uma viagem de descobrimento. Algo que não tem jeito, é assim mesmo.
A matança irracional dos bisões para exploração comercial da pele na Europa, acabando com os rebanhos, principal fonte de proteína das tribos, também é uma coisa belíssima, uma gloria, uma conquista para o povo americano.
A devastação das florestas , modificando o meio ambiente e destruindo a fonte alimentar dos índios, também é uma coisa natural, uma glória para o povo americano.
Desbravando as florestas, os lenhadores épicos enfrentam as feras da floresta, construindo a grande nação americana, uma glória para o povo americano.
É assim que eu vi quando menino, nas telas do cinema, a grande epopéia americana, a construção da grande nação americana.
E era assim que os americanos se viam e se vê .
Entrando na fase adulta, vi as grandes batalhas da segunda guerra mundial, tinha um seriado em que era uma companhia do exército, não me lembro mais do nome, era muito conhecida. Só nesse seriado, milhões de inimigos eram mortos. Acho que se fosse verdade mesmo, só essa companhia já tinha ganho sozinha a guerra.
Milhares de filmes na TV sobre a segunda guerra, mostrando a grande glória americana.
Gostaria de ver uma estatística da quantidade de filmes feitos em Hollywood por assunto, e verificar a quantidade envolvendo violência e a quantidade de filmes sem violência.
Seria bem interessante não?
É óbvio que devemos dar graças a Deus, de não estarmos sob o jugo da insanidade de Hitler.
Isso nós devemos aos USA. E também a Inglaterra a Rússia e os demais países que lutaram contra o Eixo.
E é uma dívida impagável.
Esse envolvimento bélico, na construção da grande nação americana levou a uma cultura....belicista, algo natural, uma conseqüência natural dos acontecimentos que geraram a criação da grande nação americana.
Só que, como aquela pessoa que ganha na loteria e fica cega com o prêmio ganho, vai fazendo uma besteira atrás da outra, não conseguindo enxergar as consequências mais adiante, os USA vão praticando atos insanos.
O povo, é levado pela cultura, desenvolvida pela informação hollywoodiana, manipulada pelos governos do momento, eles próprios frutos do processo de geração da grande nação americana, e do enorme poder econômico e bélico disponível e que necessita ser usado , porque se você gastou dinheiro para fazer alguma coisa e não usa, você está jogando dinheiro fora.
Agora se você usa o produto que você fez e ainda numa coisa que você vai ganhar muito mais dinheiro ainda, então, é a gênese do capitalismo.
Ora se eu tenho milhares de armas acumuladas, se eu disponho da melhor tecnologia bélico-eletrônica, das melhores máquinas de guerra como não usar?
Ainda mais se houver um grande benefício econômico.
No entanto esses motivos precisam ser encobertos e justificados.
Assim como na dizimação do povo indígena, é preciso gerar um sentimento de ufanismo maior do que a vergonha do ato insano.
Transformar o horrendo em uma glória americana.
E entra em campo a luta contra o terrorismo.
Nada como uma insanidade para justificar outra.
Nada como a destruição do WTC, uma das maiores atrocidades cometida pelo homem, para justificar outras barbaridades.
Da mesma forma como o escalpelamento feito pelos índios americanos, da reação que eles esboçaram a invasão do branco à América, nada como o ataque do WTC para justificar a morte de milhares de iraquianos e americanos.
Hoje não há argumento que sensibilize o americano contra o que está acontecendo no Oriente Médio.
Para tudo há a desculpa do terrorismo e do WTC.
Assim como as desculpas fabricadas contra os índios, vemos as desculpas da posse, pelo Iraque, de armas de destruição em massa.
O americano está tão sensibilizado com a propaganda do governo que não quer nem pensar, e hoje ainda vejo o maravilhoso espécime humano chamado Rumsfeld dizer:
"...weapons of mass destruction were dispersed. We know where they are. They're in the area around Tikrit and Baghdad and east, west, south and north somewhat."
-- Donald Rumsfeld, March 30th, 2003
E tem gente que morre de medo ao escutar ou ler isso.
Eu não vou nem comentar isso aí.
Mesmo que os USA encontrem alguma coisa, ninguém em sã consciência vai acreditar que não foram eles que colocaram lá.
Porque nós já estamos nos acostumando com a maneira de fazer e justificar as atrocidades dos americanos.
Mas eu tenho a certeza que eles vão aprontar essa. A eleição está aí. O Iraque não vai bem, os democratas estão com toda a corda. Nada como uma grande jogada dessa para mudar o jogo.
Vão.
Vão descobrir um imenso arsenal de armas de destruição em massa. Já já!
E o Bush ainda tem a cara de pau de perguntar porque o mundo não gosta dos USA.
Espero que um dia eles descubram.
Vamos falar no Vietnã?
Dos milhões de toneladas de armas de destruição em massa jogadas na cabeça dos vietnamitas, dos rios de napalm jogados nas florestas?
Vamos falar na guerra patrocinada pelo USA contra o Irã, em que ele apoiava o Iraque e forneceu toneladas e toneladas de armas de destruição em massa ao Iraque para despencar em cima da cabeça dos iranianos?
Vamos falar do atentado que o Bush pai sofreu e cujo mandante dizem ser o Saddan?
Vamos falar de que quando Bush filho ganhou a eleição ele disse que seu pai seria vingado?
Vamos falar das milhares de bombas atômicas e seus mísseis poderosos, capazes de destruir a Terra dez vezes?
Vamos falar do Bush que afirma que não sabe porque os iranianos odeiam a América, o grande país da democracia, dos direitos humanos, da paz e da razão?
Vamos falar da invasão da Colômbia pretendida pelo USA, através do Brasil?
Queria os USA trazer para a América Latina o que ele levou para o Oriente Médio?
País contra país, irmão contra irmão?
Vamos falar de que a cultura de resolução dos problemas do mundo, do USA, é puxar rápido o gatilho para exterminar mais um moicano?
Vamos falar dos americanos que quando perdem no jogo de damas no MSN dizem que te odeia, que queria matar você?
Talvez outra hora.
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home