Perdoem-me os cariocas

Como carioca exilado ou como eu mesmo digo, retirante do Rio, a imagem e semelhança dos retirantes nordestinos que há muito tempo deixaram o Nordeste rumo ao Rio, as vezes eu fico pensando:
Povinho desgraçado este tal de carioca!
Mora numa cidade linda eu diria até, encantada.
É, encantada mesmo.
Acho que maravilhosa é pouco.
Mas deixou a cidade ficar nas mãos de bandidos.
Deixou nas mãos dos traficantes e dos bandidos de gravata.
E porque deixou?
Porque como diz a lenda, o carioca não gosta de se preocupar. Gosta de um chope, de um churrasquinho, faz piada de tudo, é um gozador.
Enquanto ele se vangloriava da fama alcançada, ia perdendo sua cidade!
É a índole do carioca.
Uma índole na realidade, de extrema falta de solidariedade.
Se o vizinho está sendo assaltado, morto, finge que não está vendo para não se comprometer.
Um covarde!
Eu não estou olhando aí para o sul maravilha não. Eu estou descrevendo o que eu estou vendo aqui, agora, me olhando no espelho.
E o carioca que não se ver assim neste espelho, que atire a primeira pedra.
E eu quero que haja muitos, porque depois que jogarem as pedras, humildemente, vou me juntar a eles e aprender com eles!
Eu divido os cariocas em dois tipos:
- Os de baixo.
- Os de cima.
É. Uma divisão que acompanha o relevo da cidade.
Os de baixo, remediados ou ricos.
Os de cima, pobres.
Quando Beth dava aula no Pavãozinho ela viu que meninos pequenos, 6, 7 anos chegavam na escola com bafo de cachaça.
Perguntou a um deles porque ele tomava cachaça, e ele respondeu:
- Para esconder a fome fessora.
E isto já faz muito tempo, uns 25 anos.
Não sei como está agora mas sei que o Pavãozinho está famoso. Sai quase todo dia no Jornal Nacional ou em outros jornais da TV.
E eu pergunto.
Porque está assim?
Será que não dá para desconfiar?
Dentre os bandidos que estão lá, este garotinho não está. Ele deveria ter hoje 32 anos.
Deve ter sido o bandido da geração anterior.
Com certeza já está morto.
Então eu faço mais uma pergunta:
Você quer culpar a cocaína, a maconha, e outras drogas pela culpa disto ou vai finalmente entender que você é o culpado.
Culpado por não ajudar seu irmão de cima, culpado por não ter solidariedade, culpado por não querer estragar seu dia e refletir sobre essas coisas ruins para não estragar o seu dia de patricinho ou patricinha!
Não adianta dizer que o Estado é que tem que resolver estes problemas.
O Estado reflete o que o povo que o elege é.
Se o Estado é uma m... é porque o povo que o elegeu é uma m... também!
Vamos ser melhores, que o Estado será também.
Só que isto tem um preço!
O da CIDADANIA!
Tem que participar, tem que saber o que está acontecendo, tem que cobrar do Estado, das Instituições, tem que conversar sobre os assuntos politicamente incorretos com os amigos.
Dá para fazer!
Tenha em mente sempre uma palavra, fazer com classe!
Não imponha suas certezas, lance-as e verá muitas vezes que suas certezas estavam erradas, converse sempre com humildade, o fim é que interessa, não para que todos saibam que você é que estava certo, eu te garanto, o chope vai ficar muito mais gostoso.
E é isto que eu vou propor a vocês. Criar um espaço. Um Boteco da Cidadania.
Virtual, para todos poderem ir, quando quiserem, porque a qualquer hora que você chegue seus amigos estão lá, te esperando para o chope assim como você visita e comenta os blogs de seus amigos, que pode faltar um, dois, três, dias, e quando chegar vão dizer que sentiram tua falta.
Vamos lá.
Vamos fazer este blog, todos juntos, sem pressa.
Você chega lá diz que tem que ter um fórum, o outro sabe como fazer o outro dá uma idéia de um outro treco, a gente faz uma pesquisa vê o resultado, implementa ou não.
Você vai pensar que se nós quisermos implementar alguma coisa real, não virtual, vai precisar de dinheiro.
Tudo que se tem que fazer depende de dinheiro.
E eu digo para você: beleza, esta é uma situação boa.
Ruim, é você ter o dinheiro e não saber o que fazer.
É o que acontece com o Estado!
O convite tá feito.
Vamos fazer, devagar.
Dá até tese de mestrado.
Não adianta correr mesmo, agora não.
Agora temos que resolver de maneira correta e sólida.
Para não ficarmos desanimados ou frustrados.
Vamos colocar o tempo a favor da gente, não contra a gente.

Dê sua opinião.

Vamos lá.

Responda ao questionário aí do lado.

Vamos nos divertir, criar laços e ser solidários.

Abraços.