Carta a Michel Onfray

Lendo a Veja umas semanas atrás vi naquelas entrevistas de páginas amarelas, uma entrevista com um senhor francês chamado Michel Onfray.
Veja informava que era considerado um novo e grande filósofo francês.
Tinha best sellers, possuía uma faculdade de ensino e sua apologia é o ateísmo, o sexo etc.

E com estas idéias fazia grande sucesso.

Rapaz, quando eu era jovem já ouvia esta conversa. Para mim isto é muito fora de moda.
Hippies , passaram e acho que eram mais bem intencionados que Monsieur Onfray.
Resolvi então escrever uma carta para Veja. E enviei cópia para Michel Onfray.
Eis a carta.

Por estes tempos tenho pensado muito em Deus, na bíblia, nos intérpretes da bíblia, na igreja católica e ao ler a entrevista dada por Michel Onfray tive a vontade de escrever-lhes sobre as interpretações apresentadas pelo entrevistado. Realmente tive muita dificuldade em escrever-lhes. O que um brasileirinho furrepa pode dizer sobre as interpretações de um filósofo francês, escritor de best-sellers. Acho que é muito pra minha carroça movida a jegue, "para o meu português ruim", acho que vou passar vergonha! Mas não sei porquê, o faço!

Em relação a:

"SO O ATEU É VERDADEIRAMENTE LIVRE?"

Lendo a afirmativa à resposta, me veio a mente que Deus permite a nós escolher nosso próprio destino, se não, como estaria o Sr. Michel fazendo e escolhendo o que quer fazer ou dizer?
Deus não é Bush, não é Osama, não é igual aos "presidentes" da ditadura. Ele não impede você de nada.
Eu não sou ateu e faço o que quero, ou que tenho instinto para fazer. Aliás o instinto, uma coisa comum até para os animais, muitas vezes age contra o que queremos ou sabemos que seria o melhor para todos ( nem sempre sabemos). Só que não estamos fazendo muito bem a nós mesmos.

" ISSO QUER DIZER QUE PRECISAMOS CONVENCER AS PESSOAS DA INEXISTÊNCIA DE DEUS?"

Como outros o Sr Michel acha que consegue interpretar os textos sagrados melhor que ninguém . O que choca é a falta de modéstia do pensamento. O Bush, o Osama, o Hitler, o Átila e muitos outros assassinos têem a mesma certeza. O direito de usar o véu, o eixo do mal mulçumano, o eixo do bem judeo-cristão são interpretações de pessoas com a mesma certeza do Sr Michel.

Da parte de Deus eu sinto que ele tem feito um esforço danado para se fazer entender.

O problema são os intérpretes. Há 2005 anos atrás ele fez o que nenhum pai faria. E acho que assim o fez pelo desespero de não ser entendido, pelo amor que tem a nós. Por amor ao homem, para perdoar o homem, para que entendam que ele não é só de um povo (aí os intérpretes, aí os primeiros serãos os últimos a lhe dar crédito).
Deus deixou seu filho ser crucificado e este por sua vez, filho de quem foi, aceitou por livre escolha, por amor ao pai e aos seus irmãos, ser massacrado, crucificado. O fez para que o homem e seus intérpretes pudessem ver um lampejo de felicidade em algum dia de sua existência.

E acredito que vai conseguir, porquê se eu um brasileirinho, inculto, Zé ninguém, ex-ateu, ex-materialista, ex-comunista acredito nisto, é porquê vai acontecer!

A igreja católica, ou seja, a de Pedro, Paulo e os apóstolos, foi maltratada, estrupada, virou instrumento de reis (a França que nos perdoe) a seus objetivos pessoais e escusos, teve papa nomeado, e a briga era tão grande quanto a briga no Brasil para nomear diretor de estatal. Até papa de 16 anos já teve (nomeado, naturalmente). O nosso grande problema são os intérpretes que usam a razão (cabeça?) e não o amor, para interpretar as palavras de Deus. Tive um professor que dizia: "As melhores coisas, os melhores pensamentos, os melhores sentimentos, as melhores maquinas, as melhores soluções: são as simples".

Só que o simples pode ser uma evolução de uma solução complicada.

Intérpretes dos textos, temos.

Padres gays (?), temos também, padre macho todo (?), temos, padres pedófilos (?) e outros tipos de padres temos também. Todos são livres para escolher! Nem aos que devem levar sua palavra, Deus tira a liberdade. Todos são livres para fazer o que querem. É tão simples assim. Não compliquemos.

Deus nos dá a liberdade para fazer o que queremos, mesmo que isto seja fazer tudo errado.

Sempre fui gordinho.
O pecado: a gula! (um instinto)

Estava no ano passado com 105 kg. O corpo doía todo, todas as juntas. Desesperado iniciei a 3849ª dieta. Cheguei aos 85 kg. Beleza, o paraíso, sou um garotinho, que delícia. Me lasco todo para manter os 85 kg. MAS, SOU LIVRE PARA COMETER A GULA.

O pecado: o sexo! (um instinto)

É bom, uma delícia! Horas de prazer. Já inventaram dias, e não foi de hoje! Fazer com quem? Com a mulher do próximo? Com a mulher que espera uma relação definitiva? Vai haver um retorno!
Ou do próximo ou da gostosa que você transa sem o menor interesse que não seja: o sexo!

Ou da sua mulher.
As juntas vão doer.

Eu acredito em coisas simples assim.
Deus já disse muito, seus intérpretes hora ajudam, hora atrapalham.

Boa sorte Sr. Onfray .

O Sr Onfray amavelmente me respondeu.

No lugar reservado a assunto ele escreveu: SPAM
No texto ele escreveu:

désolé, je ne parle pas le portugais! bien à vous,
MO

Merci a vous Monsieur Michel Onfray